Planejamento orientado a prioridades

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O mundo tá acelerado, temos muitas demandas, é impossível dar conta... Um amigo desabafou comigo algo nessa linha essa semana e eu comecei a falar sobre ele sobre o papel da organização nesse contexto, não necessariamente como uma solução para esses males, mas como uma alternativa de reflexão. O papo foi tão bom que resolvi transportar aqui para o blog de uma outra maneira, segue comigo...

Quando eu penso nesse lugar em que nos colocamos (ou fomos colocados enquanto sociedade) de urgência, sobrecarga e falta de tempo, gosto de refletir sobre o quanto disso tudo é realmente imposto e o quanto temos de liberdade de escolha, ainda que individualmente. E quando penso nisso, acredito que um bom caminho possa ser o de refletir sobre nossas prioridades, necessidades e valores.

Já percebeu que quando se trata de algo que é importante pra gente a gente dá um jeito de dar conta? Pode não ser como a gente gostaria, pode nos deixar estressados e cansados, mas a gente consegue.  Não estou dizendo que o poder está em nós porque acho que essa é uma simplificação um tanto rasa que nos traz inúmeros problemas, levando pra gente uma responsabilidade que no fim das contas vai para além de nós. Mas, dentro do que nos é possível, acredito que podemos lidar com as nossas dificuldades a partir desse olhar para nosso contexto e prioridades.

Um ponto de atenção nessa lógica é que nem sempre sabemos quais são as nossas prioridades porque não paramos muito para pensar nelas e vamos seguindo a vida de acordo com o que sempre fizemos, com a sensação do momento, ou com o direcionamento de outras pessoas. E isso nós podemos mudar. Podemos respirar fundo e nos conectar com o que sentimos que nos faz bem, que nos é importante. Se você fechar os olhos agora e respirar fundo, provavelmente vai pensar em alguém ou algo importante para você sem muito esforço.

A partir desse lugar de consciência, você pode direcionar suas escolhas, seus objetivos e sua rotina. Eu estou chamando isso de planejamento orientado a prioridades, mas você pode ficar a vontade para chamar como quiser. O ponto principal é que você possa usar o que sabe sobre si mesmo e seu contexto de vida para organizar seu dia a dia tal que as coisas que são realmente importantes para você sejam feitas de alguma maneira, que pelo menos apareçam na sua rotina para que ela te traga equilíbrio e sensação de leveza.

Na prática, isso significa que, se cantar, por exemplo, é algo importante para você, você possa se dar esse privilégio em algum momento da sua semana, nem que seja no chuveiro enquanto toma aquele banho rápido pra não chegar no trabalho atrasado, sabe? Usei algo simples, mas pode ser algo mais complexo como brincar com seu filho. Se isso é algo que você realmente valoriza ( e não algo que você idealizou a partir de um modelo de maternidade que vai além da sua realidade), você pode planejar um momento de jogos em família no próximo final de semana.

O que eu estou querendo dizer aqui, é que, a partir do momento que você passa a considerar as suas prioridades no planejamento prático da sua rotina e atividades, você consegue sentir que está conectado consigo mesmo e com o que deseja para si. Se mantém em movimento e foge da idealização perfeccionista de que você tem que dar de tudo.

Ao invés disso, você vai para o caminho do autocuidado, do questionamento produtivo e do filtro para que possa fazer o melhor que puder dentro daquilo que é realmente importante para você naquele momento. Você pode até decepcionar outras pessoas, deixar a peteca cair e ser visto como improdutivo pelas lentes do outro, mas vai estar sendo fiel ao que faz sentido para você.

Isso não significa ignorar as demandas dos outros ou despriorizar as demandas que você não curte. Apenas adaptar para que seu planejamento tenha um pouco de cada coisa. Não é chutar o balde e parar de trabalhar para dormir porque você ta com sono, é fazer uma pausa para um cochilo entre uma reunião e outra, de maneira estruturada e se for possível, para restaurar a sua disposição. Consegue ver a diferença?

Espero que tenha gostado da reflexão. Coloca aqui nos comentários o que você pensa sobre isso e se o seu planejamento hoje já é voltado para suas prioridades e vamos continuar esse papo.

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