A sobrecarga como um problema social

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O último livro que li mexeu comigo a ponto de eu querer levantar esse tema por aqui. O livro se chama "Eu não aguento mais não aguentar mais" da autora Anne Petersen e fala sobre o Burnout na geração Millenialls. Em resumo, a sobrecarga que você sente não é um problema só seu, é também um reflexo social. Segue que eu te explico...

A gente tem mania de se sentir mal, sobrecarregado, sem tempo, perceber que não dá conta e jogar tudo isso em nós mesmos sentindo culpa por não sermos organizados ou bons o suficiente. A gente já viu aqui que perfeição não existe e que essa idealização e produtividade tóxica faz mal, né? Mas e se eu te disser que mais do que uma idealização, a sua questão não é só sua, é também o reflexo do momento sócio, histórico, político, econômico e cultural que estamos vivendo enquanto geração? 

Eu não sei você, mas eu achei muito importante perceber que para além de esforços individuais para lidar com a nossa rotina de uma maneira mais leve, precisamos fazer um movimento mais amplo para que ocorra uma mudança real de contexto que não nos pressione tanto para um patamar de trabalho insustentável e uma busca frenética por uma vida melhor que não necessariamente é a vida que nós desejamos.

Sim, tem a ver com autoconhecimento e um despertar individual para quebrar esse ciclo e não deixar essa pressão te afetar, mas não é só isso. Não resolve a questão e é injusto deixar apenas na mão de cada indivíduo essa responsabilidade, sabe?

Quando a gente descobre que esse problema não é só um problema nosso, pode olhar de forma crítica para o que se apresenta e pode então pensar em alternativas mais saudáveis de lidar com o trabalho. Seja pressionando o governo, seja atuando em comunidade em projetos sociais, seja estabelecendo grupos e redes de apoio.

Fiquei pensando no tanto que vivemos olhando só para nossos problemas e acabamos não percebendo que o vizinho, o amigo ou mesmo o colega de trabalho está passando por algo muito parecido. Quem sabe juntos não podemos cuidar para nos sentirmos melhor? Se nada maior acontecer, pelo menos teremos desabafado um pouco dividindo o peso e eliminando a culpa e o ressentimento com nós mesmos. Um pouco de empatia pode ajudar muito, afinal.

Enfim, o objetivo desse post hoje é te lembrar que a organização, por exemplo, não resolve todos os problemas, que você não precisa se cobrar tanto e que a solução para o caos na sua vida também depende de um movimento maior, de uma mudança de contexto.


Te deixo com uma reflexão final, um trechinho do livro que inspirou esse post:
 

Espero que tenha te ajudado a refletir por aí. Adoraria saber o que achou, então, que tal deixar um comentário aqui embaixo? 

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