Acelerar ou não, eis a questão!

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Não há como negar que o mundo a nossa volta está acelerado, a vida anda corrida. Mas e a gente, como está? Ou, melhor ainda, como a gente quer estar se relacionando com esse mundo? Tendências de bem-estar apontam para a importância de desacelerar, mas, será que isso vale para tudo, para todos e sempre? Eu sou do time que valoriza a reflexão antes de qualquer escolha, então hoje o post é pra te ajudar nesse caminho...

Eu pensei nesse post quando o whatsapp divulgou a nova funcionalidade de acelerar os áudios em ate 2x e começaram a surgir posts falando mal disso e da aceleração em geral, comentando sobre estarmos sem paciência e mil e uma coisas nessa linha. Super válidas, aliás, viu? Mas pra mim, confesso, a chegada dessa funcionalidade foi um alívio! Eu não gosto de mensagens de áudio porque normalmente me atrapalham, eu não consigo ouvir a qualquer hora, preciso de um tempo maior e algumas pessoas enviam um verdadeiro podcast que não faz muito sentido. Ouvir em 2x pra mim foi massa, porque ai eu consigo descobrir rapidamente se aquele áudio vale à pena para mim e se eu quero ouvir em velocidade normal ou não.

Estou te contando isso para defender que qualquer coisa que surja pode ser boa ou não, aliás, normalmente, as coisas não são em si nenhum dos dois. O que faz algo ser bom ou ruim é o uso que a gente faz e isso depende de quem é você e do contexto em que você está inserido.

Meu ponto aqui é que acelerar ou não deve poder ser uma escolha que leve em consideração suas prioridades, necessidades e contexto pessoais. Faço um paralelo desse debate (acelerar é bom ou ruim) com o da automação de tarefas. Automatizar ou não? Não dá pra ter uma resposta homogênea para nenhum dos dois.

Em algumas situações, para algumas pessoas pode ser bom, produtivo, reduzir esforço e aumentar a disposição. Em outras situações ou ainda para outros indivíduos pode surtir o efeito contrário, levar ao estresse, ansiedade, a interações rasas e pouco produtivas. Percebe o ponto?

Estamos falando no fim das contas do velho dilema da liberdade e da responsabilidade. Quanto mais livres, maior a nossa responsabilidade individual por nossas escolhas. Eu sou a favor desse caminho, mas sei que nem todo mundo vai conseguir trilhá-lo com responsabilidade.

Não podemos negar que vivemos relações cada vez mais rasas e aceleradas e convivemos com (ou estamos sendo) pessoas cada vez mais impacientes e ansiosas. Mas o que está por trás disso (tem muito da positividade em excesso e da produtividade tóxica aí)? É apenas a aceleração do mundo ou tem também a questão de estarmos de certa forma fugindo de nos responsabilizarmos diretamente sobre nossas escolhas?

Eu acho que precisamos nos aprofundar nas reflexões para decidir por nós mesmos e experimentar para que tenhamos clareza das consequências das nossas ações mais concretas. Filosofar sobre os riscos e problemas da aceleração ou mergulhar de cabeça nela não são atitudes muito responsáveis. Na verdade, se a gente reparar bem, essas posições antagônicas não costumam mesmo ser. O equilíbrio (que não é necessariamente o meio do caminho, é importante lembrar) segue sendo uma opção mais interessante.

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