Eu procrastinei e foi bom!

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Quando eu li o livro a Arte da Procrastinação de John Perry achei super divertido e até escrevi sobre ele sinalizando particularmente a tática da procrastinação estruturada como uma ideia interessante. Mas a verdade é que ainda não a tinha experimentado de fato. Isso aconteceu um dia desses e foi incrível a ponto de eu querer compartilhar aqui com vocês, porque pode ser útil em algum momento da sua vida.

Procrastinar é adiar uma tarefa que você deveria está fazendo, ou como diz Petr Ludwig no seu livro 'O fim da procrastinação': "procrastinar é deixar as coisas para depois de propósito". É diferente de esquecer, é você realmente evitar alguma atividade. Isso pode acontecer por vários motivos: a atividade é chata demais, a atividade é fácil demais, a atividade é difícil demais, a atividade te perturba de alguma maneira, mexe com você e você não está de alguma maneira preparado para lidar com ela.

Enfim, a ideia da procrastinação estruturada é justamente aproveitar que não queremos fazer algo para fazer outras coisas que precisaríamos estar fazendo e também estamos adiando. É tipo pegar uma atividade mais chata e colocar na lista de tarefas e então fugir dela fazendo todas as demais. Me pareceu estranho e interessante, mas não tinha ainda entendido muito bem como funcionaria.

Foi então que aconteceu comigo. Eu tinha uma lista de trabalhos da faculdade (sim, eu estou fazendo uma nova graduação, mas falo sobre isso melhor em outro momento) e dois particularmente chatos que eu estava uns dois dias tentando fazer e não conseguia. Inventava mil coisas e acabava não fazendo. Aliás, não fazendo nem eles nem nenhum outro da faculdade pois pensava comigo que esses eram os prioritários e não faria sentido pegar em qualquer outra coisa.

O "pulo do gato" aconteceu justamente quando eu quebrei essa lógica e resolvi fazer outros trabalhos da faculdade que eu achava mais divertidos. Adiantei dois que eram mais pra frente justamente adiando fazer os que eu não estava afim. Você pode pensar (como eu pensei inicialmente, aliás) que não faz sentido se esses trabalhos não eram lá tão urgentes. Mas o ponto é que eles virariam urgentes se eu continuasse nesse ciclo de procrastinação, percebe?

Quando a gente procrastina a gente faz coisas que nem fazem sentido para não fazer o que deveríamos e se a gente aproveita isso para fazer coisas também importantes a gente está ganhando tempo. Claro que não resolve o problema daquelas atividades iniciais que ainda precisarão ser feitas, mas já nos coloca em movimento em direção a algo que realmente importa ao invés de virar uma fuga aleatória, percebe?

E sabe o que acabou acontecendo? Eu fiquei tão contente de ter adiantado esses trabalhos, que por sinal foram super divertidos de fazer (provavelmente inclusive por eu não estar pressionada pelo prazo ou por expectativas demais), que acabei me aventurando com os chatos que eu não queria fazer. Reduzi as expectativas e pensei: "quer saber? vou escrever qualquer coisa, vou só começar, vai que...". E sair da inércia foi justamente o que eu precisava para quebrar o ciclo da procrastinação.

Enfim, tudo isso pra te dizer que tudo bem procrastinar. Só não é legal ficar se enganando. Entender o que está por trás da procrastinação e pensar em outras estratégias pode ajudar bastante e pode destravar a ponto de você conseguir caminhar aos poucos, no seu tempo. Respeitar seus limites é um pouco por aí também.

E você, já fez algo do tipo? Fez bem mais ao aceitar a procrastinação do que faria brigando com ela? me conta aqui nos comentários!

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