Como lidar com a sobrecarga de informações

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O Coronavirus veio trazendo isolamento social, mas veio trazendo outras coisas também. Uma delas é a intensificação da sobrecarga de informações. Cursos, Lives, reportagens, links no whatsapp. Refletir junto é sempre uma excelente maneira de vivenciar os momentos com clareza e é por isso que hoje eu vim aqui falar sobre essa sobrecarga de informação nesse momento em especial. 

Essa enxurrada de conteúdo que estamos vivenciando hoje tem aspectos positivos e negativos e eu tenho certeza que você já percebeu. De negativo temos a informação nos distraindo (no sentido de tirando o foco do que é realmente importante, vê esse post aqui pra entender), nos ocupando boa parte do tempo, nos fazendo sentir inseguros, ansiosos e nos cansar induzindo que deveríamos conseguir dar conta de tudo. De positivo temos a oportunidade de acessar conteúdos que não teríamos oportunidade em outros momentos (shows particulares, bate-papos e entrevistas interessantes, cursos gratuitos ou com super descontos), nos informar corretamente para o auto-cuidado e desenvolvimento pessoal.  

É um perigo adotarmos extremos. Olhar só para o lado negativo e se chatear com o volume pode nos afastar de belas oportunidades. Já olhar apenas para o positivo pode nos tirar o foco das nossas prioridades individuais. Cabe sempre a você fazer as escolhas de maneira consciente e lidar com as consequências. E tudo tem a ver com o uso que você faz dessas informações.

Vamos então refletir sobre o uso e o propósito da informação. Segue alguns em especial para pensarmos juntos:
  • Educar - a informação sobre boas práticas, riscos de contágio, notícias, podem ajudar a salvar vidas. Mas podem também mexer com o seu estado emocional promovendo ansiedade. Se o objetivo é se informar, procure sempre fontes oficiais em que você pode confiar. E se pergunte sempre qual a razão pela qual você está consumindo aquela informação e se está de fato te ajudando. Se você já sabe que o vírus é letal, para que precisa acompanhar diariamente o número de mortes, por exemplo? 
  • Divertir - perceba que eu não disse distrair de propósito, pra não confundir. Diversão tem a ver com prazer, com alegria. Música, bate papo, show, teatro, palestra, entrevistas, tudo depende do que você gosta de fazer, das suas paixões. Só veja se estiver precisando relaxar e se divertir e sempre questione se aquilo está de fato te fazendo bem. Saber como está sendo a quarentena daquele artista milionário isolado em casa com piscina e chef particular pode não ser positivo se você está sozinho em uma casa minúscula sem dinheiro para fazer as compras básicas, por exemplo.
  • Refletir - ver outros pontos de vista, questionar sua realidade e suas escolhas, inspirar, motivar. A informação e o conteúdo podem promover tudo isso. Mas perceba se você está precisando disso nesse momento ou se essa reflexão vai te deixar inseguro, se a profundidade vai te deixar baixo astral. Estar em isolamento já é ruim para sua saúde emocional, não exagere em reflexões que te façam entrar em contato com situações mais complexas nesse momento (a menos que esteja com auxílio profissional, os psicólogos estão fazendo atendimento online, por exemplo).

Perceba que em qualquer situação as informações chegam até a gente sempre de duas formas: ou a gente vai em busca delas ou recebe sem pedir. As duas são válidas. Mas, nesse momento de explosão de informação, o melhor será a primeira alternativa: ir em busca do que você precisa. Entenda primeiro o que esse momento pede de você, se tem espaço na sua vida para consumir informação e de que tipo, com que propósito. Elenque suas necessidades e então faça buscas levando em conta a veracidade e qualidade do produtor de conteúdo.  

Lembre-se que você está no controle. Você pode priorizar o que é importante pra você e você pode inclusive fazer dieta de informação, algo importante não só agora como a todo momento. Escolher não ver jornais, não entrar nas redes sociais, não ler, não assistir tv, não acessar a internet. Sim, é possível e pode ser saudável. Como qualquer outra dieta, vai depender do seu objetivo, da sua realidade, da sua rotina, da sua personalidade, dos seus gostos pessoais. 

Você não é obrigado a nada. A escolha sempre está nas suas mãos. Use esse poder com moderação.

Agora me conta nos comentários, como você está lidando com a sobrecarga de informação?


OBS: No meio disso tudo, eu passei a me questionar a respeito do meu papel como produtora de conteúdo. Pensei que seria importante me posicionar, mas antes procurei escutar você e lancei uma série de enquetes no stories do Instagram e é com base nas respostas recebidas lá que criei a #CoronadoAvesso para compartilhar por aqui os temas especiais sugeridos, unindo a organização e produtividade ao momento que estamos vivendo, então fica de olho nesses posts extras por aqui e fica a vontade para sugerir os seus nos comentários também!

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2 comentários

  1. Eu percebi que gerou em mim uma série de coisas negativas, sentimento de medo, frustração, ansiedade, incertezas. A três anos eu venho lutado contra a depressão por um outro motivo, e o uso excessivo tornou-se um gatilho para essas dores internas. Só serviram para fortalecer mais ainda os traumas , complexos que existiam em mim. Desativei minhas redes sociais e pretendo ficar por um bom tempo assim, minha saúde mental em primeiro lugar.

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    1. Super importante essa sua reflexão. Que bom que você conseguiu ter essa clareza e dar um passo em direção ao autocuidado. Parabéns e sucesso nesse processo de cura.

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